Wednesday, July 08, 2009

Não entendia como alguns seres humanos podiam ser tão rasos, tão insensíveis a ponto de condenar a arte e a intelectualidade. Como as pessoas são, no geral, sem graça! Sempre submetidas às suas feiúras, dia após dia, repudiando a solidão porque não suportam a própria companhia por muito tempo. Permitem que suas almas ressequem, jamais são acometidas por inquietações, abandonam uma juventude que é urgente: o sorriso gratuito, a guerra de travesseiros, o andar saltitante e a capacidade para perceber o colorido das coisas dançar diante dos olhos.
Eu vos convido, ela dizia, a escapulir da inércia sendo levados junto aos ventos, entregando-se à força de todos os mares e à nudez de um sentimento verdadeiro. Ela estava feliz da vida, tão feliz que estremecia! Lançava no mundo risos recheados de calor e de imensidão, enquanto que o mundo lançava sobre ela chuva fininha que escorria pela pele branca, que enrijecia seus poros e aquelas fibras fortes. Seus dentes bárbaros estavam escancarados para o mundo e os braços abertos para o amor! A vida é isto, pensava, é a sensibilidade tão rara, a profundidade e a busca pela beleza das coisas.
Julian, obrigada pelos comentários feitos sobre este texto! (Ah, não consigo fazer parágrafo neste blog. hihihi)