Saturday, April 18, 2009

Abaixo os Analgésicos!

O caminho que seguia parecia mais um vale sem fim: ela caía. Preso em seu ventre, um demônio a devorava de dentro para fora ao passo que em seus ouvidos o vento sibilava música insalubre. Tantas metáforas cabem dentro da dor-de-viver! Faria um tratado de paz com a atmosfera, se isto não a impedisse de chegar ao miolo de si mesma! Se chegasse, encontrar-se-ia plena e estendida no mundo, saboreando o néctar glorioso da vitória, derretendo-se no beijo delicado dos Deuses, desfrutando o aroma fresco de laranja vermelha a penetrar-lhe as narinas.
Se a dor faz parte da existência, da vida, da molécula, se ela nos aproxima de quem verdadeiramente somos, porque não senti-la por inteiro dentro da alma, porque não perdoa-la, não aprender com ela?