Tuesday, April 24, 2007

Afoga. Afoga, pensou resignada. Já estava morto como um galho seco e morto. O instante era apenas a ausência de movimentos, mas o tempo permanecia implacável, fatal. Mal podia apertar contra o peito as mãos doidas - tinha que costurar aquelas mortalhas. E depois (...) esquecer para todo o sempre que um dia fora feliz. De que valia a revolução? Que diferença fazia se a lágrima era verdadeira? Ah! Nada mais lhe tocava profundamente, porque ela própria escorria para dentro de si, ácida e gelada. Ácida e gelada.

Friday, April 20, 2007

Onde se guarda a música enquanto não soa? - indagava-se. E rendida respondia: que façam harpas de meus nervos quando eu morrer.

Monday, April 09, 2007

Com suavidade e leveza. Era assim que a glória irradiava em seu íntimo, cochichando liberdade e promessas de felicidade violenta, sem dar a mínima para todas as contradições que, outrora, perturbavam este processo. O vento frio, solto e seco triscava sem compaixão em seus poros tão judiados e mesmo que doesse, mesmo que doesse!! Era o que ela queria! Ser envolvida por algo tão calmo que fosse capaz de protegê-la de suas próprias ânsias. Era um monte de várias coisas brutas e belas que travavam batalhas infindáveis dentro dela. E como se não bastasse, ainda queria um pouco mais de alma, alma-janela, alma feminina. Via passivamente a glória chegando ao fim. Lust.